16 C
Pelotas
sábado, 30 novembro, 2024

MISTÉRIOS DE PELOTAS E AS DUAS IRMÃS

Mais do Autor

Tempo de leitura: 3 minutos

Uma enterrada viva, outra desaparecida

Em uma história que começou em abril de 2009, Sathália, moradora de Pelotas, 19 anos, foi espancada, sufocada e enterrada viva, próximo à Colônia Z-3. O autor foi a julgamento em 2017 e condenado pelo crime. Ele era o cunhado da vítima. Porém, há mais: cinco anos mais tarde, (também no mês de abril), a irmã da vítima, Nataly Pinto da Rocha, de 28 anos, “coincidentemente”, “desapareceu”, no bairro Dunas.

Por Marcelo Nascente

A jovem teria sido vista pela última vez, a caminho de sua casa, por volta das 22h, da quinta-feira, 17/04/2014. De acordo com amigos, diversas tentativas de contato foram feitas, porém seu celular estava desligado.

Lembro do destaque dado ao caso na época, por jornais nacionais, inclusive. Lembrei disso hoje, e resolvi pesquisar tudo que fosse possível para, de novo, me “inteirar” de mais esta história pelotense. Por incrível que pareça, não encontrei quase nada. Duas ou três reportagens. Todas com as mesmas informações. Nada além.

Uma delas datava de 2017, ou seja, ao menos sei que em três anos nada mudou. Um outro jornal tinha outra “informação” (eu espero) e, ao mesmo tempo, teoria: “Ela saiu de casa por volta das 22h30min sem avisar a família, o que não era de seu costume. Desde então não foi mais vista. O desaparecimento da mulher pode ter duas motivações: a reabertura do inquérito que apura os autores da morte de sua irmã ou desentendimento”

Lembrei de ter anotado, à época, uma explicação dada por alguém da força policial. A declaração me causou estranheza e, por isso, anotei. Errei ao não anotar o nome, mas basicamente usou como argumento que “a mulher aparentemente usava drogas e já havia trabalhado em boates da região, por isso o desaparecimento não levantou suspeitas de seus pais.”

MENSAGEM PARA A FAMÍLIA

A família recebeu uma “mensagem anônima” dizendo que a jovem havia morrido e informando o local onde estava. A polícia foi chamada e a encontrou.. Segundo o inquérito, a mensagem foi enviada do telefone do suspeito do crime, o ex-cunhado da vítima.

De iniciais F.B.M. (33 anos à época), o denunciado pelo Ministério Público (MP), negou ter cometido o crime, mas teve prisão preventiva decretada até seu julgamento. Apesar de demorar anos para que o crime fosse elucidado por completo, F.B.M, de acordo com relatos, já figurava como um dos suspeitos do feminicídio – já que testemunhas teriam visto o acusado saindo da Colônia Z-3, junto com a vítima. E depois disso, Satalha não foi mais vista.

No entanto, somente em julho de 2014, ou seja, cinco anos depois, foi considerado o principal suspeito – por incrível que pareça – após o desaparecimento da irmã da vítima, então com 28 anos, Nataly Pinto da Rocha, “evaporou” nas redondezas do bairro Dunas.

Têm-se ideia de que os bastidores da justiça tenham seus momentos atípicos e singulares – também se sabe ser impossível descobrir os responsáveis por absolutamente todos os crimes cometidos em uma cidade… é ainda mais complicado quando se trata de um caso de “desaparecimento’ de uma pessoa adulta, cujo direito inalienável é fazer o que quiser de sua vida, sem precisar dar satisfações a quem quer que seja.

Outro ponto complexo a ser levado em consideração, são os testemunhos colhidos durante as investigações. Digo isso porque, ao pesquisar sobre o caso, além de pouquíssimos registros de livre acesso, me deparei com duas “teorias” de “testemunhas”, completamente opostas.

Em uma delas, pessoas a viram, perto das 22h, a caminho de casa. No outro (inclusive publicado em um jornal local), outras testemunhas alegaram que  “ela saiu de casa por volta das 22h30min sem avisar a família, o que não era de seu costume. Desde então não foi mais vista.”

Ainda segundo o órgão de imprensa: “O desaparecimento da mulher pode ter duas motivações: a reabertura do inquérito que apura os autores da morte de sua irmã ou desentendimento familiar”.

O fato é que, além de ser um dos mistérios de Pelotas, tudo neste caso me parece kafkiano.

Satalha

Esta reportagem terá continuação, assim que seja possível colher dados das fontes oficiais – ou – que alguma “testemunha”, parente etc, resolva dizer o que sabe (se sabe…) sobre o que realmente aconteceu com Nataly.

Nataly

Mais uma vez O Verbo coloca dois canais à disposição para contatos: através do e-mail marcelo@jornaloverbo e whats (53) 999112.7949. Qualquer fonte terá seu sigilo assegurado. Até lá, sigamos e aguardemos…

- Advertisement -spot_img

Leia também..

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Advertisement -spot_img

Últimas Publicações